28 de outubro de 2008

Não Queime Depois de Ler.

Textos do Tubarão Cru

Leia Cabeça Tubarão, de Steven Hall. Provavelmente o livro mais multimídia da minha estante. 
Visite o site e o blog dedicados à obra que vai entender o que estou falando.


Qual a trama? Nem pergunte...
Apenas leia antes que o filme chegue aos cinemas.


A mulher-mariposa 

Leia O Iceberg Imaginário e outros poemas, antologia poética de Elizabeth Bishop organizada e brilhantemente traduzida por Paulo Henrique Britto.

O melhor de tudo: é bilíngüe. 
Leitura nada mais que obrigatória.

27 de outubro de 2008

Penso, logo desisto.

Sem pensar, to escrevendo. 
Uma coisa é saber as coisas. Outras coisas é saber a coisa. 
Num to afim, não. 
E não é fácil se permitir. 
Ainda bem que eu to livre. 
Minhas calças estão caindo. Acho que o calor me encolheu o corpo. 
Preciso de água. 
Num penso. 
Que bosta. 

Ninguém faz essas coisas. 
Que coisas? Eu faço.
Cadê o grandioso? 
To com dor no pescoço. Será que é essa merda de calor? 
Eu não sei desenhar. Poucos sabem – muita coisa. 
To feliz hoje, mesmo com o calor. 
To precisando ver um filme foda, desses que mudam a vida. 
Nem sei por que escrevi isso. Que idiota. 
Sábado mesmo vi um que mudou minha vida. 
Um que quase ninguém nunca viu. 
E ninguém mais pode ver. Não entendem.
Não pensam.
Desistem. 

Tudo é uma questão de tempo. 
Tempo. Clima. Calor. 
Acho que to com dor na garganta. 
Preciso de água. 
É engraçado pensar que as pessoas pensam. 
Contraditório.
Eu parei de pensar. 
Desistório. 
Grudei chocolate na mão. Derreteu. 
Calor filho da puta! 
Acorda e dorme. Dorme e acorda. 
To precisando dormir. 
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz 
Vai, pode perguntar: “Que isso?”. 
Não é. Entenda. Não é! 
Ah, eu desisto.

22 de outubro de 2008

Do dentro de lado.

Sentei na barriga cheia com sofá. 
Tinha almoço demais no comido. 
Fiquei com dormindo que acabei preguiça.

Lavei e acordei a água com o rosto. 
Mordi a boca com a unha e fiquei espelho no olhando. 
Voltei pro livro e li a cama.

Sonhando acabei dormindo. 
Mergulhei na areia e descansei no mar. [sonho]
Acordei o sol com o cabelo e sequei.

Sentei no blog e escrevi na cadeira. [real?]

Ainda dá tempo?

Vai soar ultrapassado, mas preciso comentar. Em textos anteriores falei do meu receio em assistir ao filme Ensaio Sobre a Cegueira, já que se tratava da adaptação do meu livro favorito, obra-prima de Saramago.

Se eu hesitei em assisti-lo? Que nada. Soube de uma pré-estréia e corri para o cinema. Eu temia o pior, mas acabei gostando do filme. O roteiro ficou bem acabado e sacrificou pouca coisa da obra original. Ainda assim, achei que foi o trabalho menos inspirado de Meirelles. Não sei, sinto que faltou estilo na direção (ou melhor, ele forçou um estilo). Tive a impressão de que ele se preocupou demais em passar a sensação da “cegueira branca” e se esqueceu de outros elementos. A trilha sonora, por exemplo, ficou experimental demais e soou como um ruído chato. Me incomodou e desviou minha atenção da trama em diversos momentos. 

E, por mais que a tensão e o clima apocalíptico existam, não chegam aos pés do que Cuarón conseguiu passar em Filhos da Esperança (2006), por exemplo.

Na realidade, talvez seja tudo culpa da minha expectativa: temia o pior no roteiro e fui surpreendido; esperava o melhor da direção e fiquei decepcionado. Quem não leu o livro e assistiu sem saber o que esperar, gostou muito. Devia ter feito isso. Não, acho que não devia ter feito isso. Esqueça o filme, leia o livro e seja feliz.