Pela primeira vez na vida estou com receio de ver um filme.
E não é um filme qualquer, é o novo do Fernando Meirelles, Ensaio Sobre a Cegueira, que abriu o 61º Festival de Cannes.
Vibrei quando o filme foi anunciado e acompanhei o blog de produção do Meirelles desde o instante em que foi criado, aguardando ansiosamente por cada novo texto. Por esse e outros motivos, tenho a certeza de que o filme é brilhante, com direção cuidadosa e fotografia e atuações já batendo na porta do Oscar.
No entanto, o filme é a adaptação da genial obra de José Saramago, que está no topo da minha lista de livros favoritos – até agora. Engraçado, pois sempre gostei de assistir filmes que são adaptações de obras literárias, apreciando, principalmente, o trabalho dos roteiristas.
Só que ainda não consigo conceber a idéia de substituir os personagens que criei em minha mente por atores hollywoodianos. Não quero trocar a minha “mulher do médico”, de pele morena esbranquiçada, cabelo escuro e curto, por Julianne Moore, ruiva e cheia de sardas. Ou ainda o próprio “médico”, doutor experiente, com cabelos grisalhos e voz rouca, pela jovialidade de Mark Ruffalo.
São excelentes artistas, sem dúvida. Mas não são os personagens-sem-nome que o Saramago me estimulou a construir.
O bom de tudo isso é que o filme só estréia por aqui em setembro. Até lá, após reler mais uma vez o livro, considerarei a possibilidade de assistí-lo.
Agora, depois de compartilhar meu aflito, fica irônico lembrar que ao terminar o livro pela primeira vez, falei pra mim mesmo “isso daria um puta filme!”
E não é um filme qualquer, é o novo do Fernando Meirelles, Ensaio Sobre a Cegueira, que abriu o 61º Festival de Cannes.
Vibrei quando o filme foi anunciado e acompanhei o blog de produção do Meirelles desde o instante em que foi criado, aguardando ansiosamente por cada novo texto. Por esse e outros motivos, tenho a certeza de que o filme é brilhante, com direção cuidadosa e fotografia e atuações já batendo na porta do Oscar.
No entanto, o filme é a adaptação da genial obra de José Saramago, que está no topo da minha lista de livros favoritos – até agora. Engraçado, pois sempre gostei de assistir filmes que são adaptações de obras literárias, apreciando, principalmente, o trabalho dos roteiristas.
Só que ainda não consigo conceber a idéia de substituir os personagens que criei em minha mente por atores hollywoodianos. Não quero trocar a minha “mulher do médico”, de pele morena esbranquiçada, cabelo escuro e curto, por Julianne Moore, ruiva e cheia de sardas. Ou ainda o próprio “médico”, doutor experiente, com cabelos grisalhos e voz rouca, pela jovialidade de Mark Ruffalo.
São excelentes artistas, sem dúvida. Mas não são os personagens-sem-nome que o Saramago me estimulou a construir.
O bom de tudo isso é que o filme só estréia por aqui em setembro. Até lá, após reler mais uma vez o livro, considerarei a possibilidade de assistí-lo.
Agora, depois de compartilhar meu aflito, fica irônico lembrar que ao terminar o livro pela primeira vez, falei pra mim mesmo “isso daria um puta filme!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário